A revolução do C(L)A(S)P

O educador inglês Keith Swanwick é hoje um dos mais expressivos nomes da Educação Musical mundial. Sua prática de docência com crianças em escolas londrinas contribuiu para seu estudo sobre como se dá a aprendizagem da música. Sua teoria se baseia em Piaget (desenvolvimento cognitivo das crianças) e em Benedito Croce, sobre intuição e lógica.

Para Swanwick, o aprendizado acontece de forma intuitiva, pela experiência do aluno com a manipulação do som, partindo do pressuposto do seu conhecimento prévio sobre música (mesmo que ele nunca tenha tocado algum tipo de instrumento, é levado em consideração a sua vivência de ouvinte).

A partir desta experimentação e manipulação deste material sonoro vem a consciência da “expressão”, do gesto musical, do fraseado. Logo vem a “forma”, estrutura musical. E, por fim, vem a experiência do “valor”, do sentido, da estética, “o desenvolvimento de uma postura consciente e crítica frente ao material musical”. A este processo em níveis deu-se o nome de “Teoria do Espiral”.

Para que isso ocorra, Swanwick propõe um conjunto de atividades musicais importantíssimos para experimentação eficaz do material sonoro. A isto deu o nome de C(L)A(S)P. Três atividades integradas são pilares: a composição – C – a apreciação – A – e a performance ou execução – P. Outras atividades ligadas a habilidades (S) e desenvolvimento acadêmico (L) são complementos subordinados aos exercícios de composição, apreciação e performance. Este estudo contribuiu beneficamente para um novo rumo da educação musical de forma mais ampla e efetiva.

Minha experiência docente com este “método” é libertadora. O aluno se torna protagonista de seu próprio processo de aprendizagem, pois, parte dele próprio, percorrer o caminho da experimentação, da vivência e da manipulação do material sonoro.

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